sexta-feira, 24 de setembro de 2010

MOBILIDADE URBANA


No  dia 22 de setembro ocorreu uma mobilização do "Dia mundial sem carro" essa é uma iniciativa maravilhosa. Porém a iniciativa visa chamar a atenção da sociedade para a situação do transporte público. Visando isso, a reportagem abaixo pincela a questão na ótica do Planejamento Urbano das capitais que sediarão os jogos da Copa do Mundo de 2014.

 

Mobilidade urbana do Brasil vislumbra novos caminhos antes da Copa de 2014

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Nova linha de trem construída por Johannesburgo (África do Sul), às vésperas da Copa de 2010, para ligar o centro da cidade ao Aeroporto/Foto: Marcello Casal/ABr
As próximas edições dos dois principais eventos esportivos do planeta serão realizadas no Brasil. O fato de que o país abrigará a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 faz com que os transportes públicos das grandes cidades brasileiras alimentem momentos de grande expectativa, uma vez que a mobilidade urbana nacional carece, e muito, de uma infraestrutura capaz de atender as necessidades da população.
Mas o que está sendo articulado a respeito? Quais são as alternativas ao uso dos carros que deverão ser implementadas no Brasil nos próximos anos? Para responder a estas perguntas, o portal EcoDesenvolvimento.org preparou esta matéria especial, que reúne os principais pontos das discussões sobre o futuro da mobilidade urbana brasileira.
PAC da Mobilidade Urbana
Em 13 de janeiro deste ano, o governo federal divulgou os projetos referentes ao chamado PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da Mobilidade Urbana. Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, o ministro das Cidades, Marcio Fortes, e o ministro do Esporte, Orlando Silva, apresentaram 47 iniciativas que pretendem melhorar o trânsito das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Natal, Fortaleza, Recife, Salvador, Cuiabá, Brasília, São Paulo e Manaus.
Esse programa de investimentos elaborado pelo governo federal junto aos municípios participantes, pautou-se nos limites de prazo e de recursos disponíveis para selecionar os projetos viáveis que deverão ser concluídos e entrar em operação antes da Copa das Confederações, que será realizada no Brasil em meados de 2013, e servirá como uma espécie de "aquecimento" para o Mundial do ano seguinte.
Dos 47 projetos previstos na primeira versão do PAC da Mobilidade Urbana, 34 se referem a obras de implantação de sistemas BRT (Bus Rapid Transit) e de corredores de ônibus. Foram selecionadas medidas que buscam facilitar a mobilidade entre aeroportos, redes hoteleiras e estádios das cidades-sede, desde que pudessem ser concluídas de acordo com os cronogramas estabelecidos pela Fifa (Federação Internacional de Futebol). Também foram considerados os benefícios que essas iniciativas trarão para os municípios após a realização do mundial.
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Planilha mostra o resumo de intervenções do PAC da Mobilidade Urbana/Reprodução Ministério das Cidades
Listamos para você os principais projetos de mobilidade urbana voltados para a Copa de 2014, distribuídos pelas cinco regiões do Brasil:
Sudeste
Para financiar a Linha Ouro do monotrilho de São Paulo, que ligará o aeroporto de Congonhas ao futuro estádio do Corinthians, em Itaquera, o governo Federal disponibilizará R$ 1,08 bilhão.
Em Belo Horizonte, seis linhas de BRT serão construídas, com investimentos federais de R$ 783,3 milhões. Outros R$ 210 milhões do governo federal são destinados a obras viárias e R$ 30 milhões à ampliação da central de controle de tráfego, totalizando investimentos de R$ 1,02 bilhão na capital mineira.
No Rio de Janeiro, que além da Copa do Mundo de 2014 sediará os Jogos Olímpicos de 2016, a implantação do BRT ligará o bairro da Penha à Barra da Tijuca, passando pelo aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim. O governo Federal financia o projeto com R$ 1,19 bilhão.
Sul
Dos R$ 440,6 milhões financiados pelo governo Federal para os projetos de Curitiba, R$ 265,5 milhões são destinados à implantação de corredores expressos. Os demais recursos financiarão a construção de linha de BRT, terminal, sistema de monitoramento e obras viárias.
Porto Alegre contará com corredores exclusivos para ônibus, nos quais o governo Federal investe R$ 273,9 milhões. Outros R$ 81 milhões financiarão duas linhas de BRT. Com os R$ 13,7 milhões destinados ao sistema de monitoramento de tráfego, o total do financiamento federal para a a cidade gaúcha é de R$ 368,6 milhões.
Norte
Para Manaus, que contará com trem suspenso do Norte ao Centro da cidade, os investimentos federais são de R$ 600 milhões. A ligação entre o Leste e Centro será viabilizada pela construção do BRT, que conta com investimentos federais de R$ 200 milhões. O total investido na cidade é de R$ 800 milhões.
Nordeste
Em Recife, R$ 402 milhões financiarão a implantação de corredores expressos. A capital pernambucana terá duas linhas de BRT, que contam com investimentos federais de R$ 231 milhões. Para a construção do terminal Cosme Damião são destinados R$ 15 milhões, totalizando de R$ 648 milhões do governo federal em Recife.
O novo aeroporto de Natal será integrado à Arena das Dunas e ao setor hoteleiro da cidade com a implantação de corredor e com obras viárias, que contam com financiamento de R$ 350,4 milhões. A Avenida Prudente de Moraes será prolongada, com financiamento de R$ 10,58 milhões, somando o valor de R$ 360,98 milhões do governo federal.
Em Fortaleza, o VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) foi escolhido como o principal modal. O governo federal financiará o projeto com R$ 170 milhões. A capital cearense contará com investimentos federais para implantação de quatro linhas de BRT, que somam investimentos de R$ 113,5 milhões. O projeto contempla ainda a construção de corredor expresso (R$ 97,7 milhões) e das estações de metrô Padre Cícero e Montese (33,2 milhões). O total de investimentos do governo federal em Fortaleza é de R$ 414,4 milhões.
Para a implantação do sistema de BRT de Salvador, o financiamento é de R$ 541,8 milhões. O metrô da capital baiana está em fase de conclusão. Além dele, novas avenidas e requalificação urbana da Cidade Baixa também estão previstas.
Centro Oeste
A linha de VLT que ligará o aeroporto de Brasília ao terminal Asa Sul, receberá R$ 263 milhões. O governo do Distrito Federal contará com financiamento para ampliações viárias que facilitam o acesso ao aeroporto, no valor de R$ 98 milhões, totalizando investimentos de R$ 361 milhões na capital federal.
Ao todo, R$ 423,7 milhões é o valor destinado pelo governo federal para a implantação de duas linhas de BRT em Cuiabá. Outros R$ 31 milhões financiarão a construção do corredor Mario Andreazza. No total, a capital matogrossense contará com financiamento de R$ 454,7 milhões.
O ministro Marcio Fortes destacou que cerca de 30% serão investidos em sistemas de transporte sobre trilhos. Trata-se de projetos de monotrilhos (trens suspensos), que serão implantados em São Paulo e Manaus, e de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), em Brasília e Fortaleza. Os demais recursos financiados pelo governo Federal serão investidos na implantação de corredores exclusivos de ônibus, estações de transferência, terminais e sistemas de monitoramento e BRT’s.
Nos pactos federativos são definidos os valores, prazos e responsabilidades do governo Federal, de governos estaduais e prefeituras. “O documento é um compromisso dos entes federados com a sociedade”, explicou Fortes. O ministro lembra que todo cidadão pode acompanhar as ações e gastos que envolvem o mundial de 2014 por meio do Portal da Transparência, de acordo com o Decreto nº 7.034, assinado pelo presidente da República.


Fonte: EcoDesenvolvimento.org

terça-feira, 21 de setembro de 2010

DIA DA ÁRVORE

Arquitetos utilizam árvores inteiras na construção de casas

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Árvores inteiras servem como base para a construção de casas/Foto: Paul Kelley para The New York Times
Dados do Laboratório de Produtos Florestais apontam que uma árvore pode suportar até 50% a mais de peso do que a maior parte de madeira serrada da mesma árvore.
Para colocar esse princípio em prática, o arquiteto americano Roald Gundersen passou a construir casas utilizando árvores de pequeno diâmetro como vigas e quadros em suas estruturas, e árvores maiores derrubadas pelo vento, doenças ou insetos como colunas e vigas de sustentação.
Mas não confunda o trabalho realizado por Gundersen e sua equipe do Whole Tree Architecture com uma simples cabana rústica nem com uma casa na árvore. O arquiteto explica que o trabalho, que já é realizado há 16 anos, é uma alternativa para quem quer construir uma casa bonita, utilizando recursos locais e materiais sustentáveis.
A construção é feita utilizando a árvore inteira – e não troncos cortados, como é comum. Aliando ações de gestão florestal ao processo de construção, Gundersen utiliza árvores locais de pequeno porte (com 25 cm de diâmetro ou menos) abatidas na região onde a casa será construída.
A filha de Gundersen escala no tronco de uma árvore para chegar à sua cama
A filha de Gundersun escala no tronco de uma árvore para chegar à sua cama/Foto: Paul Kelley para The New York Times
Já as árvores maiores são selecionadas com base na densidade do povoamento florestal e na gestão de espécies invasoras, bem como na integridade estrutural e na estética. O material não é moído, transportado por longas distâncias nem passa por tratamentos químicos.
E quem acha que construir uma casa como essas significa derrubar dezenas de árvores, Gundersen avisa: “nós derrubamos 20 árvores em um ano em um acre de terra para construir 12 casas”.
Tripé sustentável
Os benefícios da técnica vão além do ambiental, garantem os construtores. “Esse tipo de construção investe uma grande parcela dos seus custos em empregos e matérias-primas locais e ainda promove a gestão florestal gerando recursos para madeireiros locais”, afirmam.
A madeira utilizada nas construções são provenientes de áreas de gestão florestal
A madeira utilizada nas construções são provenientes de áreas de gestão florestal/Foto:Divulgação
Os responsáveis pelo projeto garantem ainda que a filosofia holística da empresa abrange todos os aspectos da construção (design, engenharia, construção e trabalho artesanal) visando os ideais de preservação ambiental, econômica e social.
Para utilizar essas árvores nas construções, Gundersen começa a preparar os troncos muito antes de eles serem abatidos. Apesar de serem naturalmente moldados pela natureza, ele chega a subir nos galhos para forçar sua curvatura até o formato ideal. “As curvas são mais fortes do que as linhas retas”, explicou. “Um único arco pode servir de apoio a um telhado e pode ser a base para construir a lateral da casa em todas as direções.”
Roald Gundersen on Slow Architecture.


Fonte: EcoDesenvolvimento
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010