segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Guia do bom Urbanismo

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Dentro do conceito tradicional de urbanismo existe uma vertente que busca utilizar técnicas e princípios para planejar e regular a construção e o desenvolvimento de cidades mais sustentáveis.
O conceito, inicialmente chamado de Novo Urbanismo, surgiu na década de 1980 nos Estados Unidos. O objetivo era resgatar a qualidade de vida e melhorar o relacionamento entre o homem e a cidade, promovendo o desenvolvimento sustentável em longo prazo e o crescimento ordenado que minimizasse os impactos sociais, ambientais e econômicos das ações urbanas.
Segundo engenheiro civil Dilnei Bittencourt, a proposta era criar um contraponto ao crescimento das cidades modernas, que dão preferência ao automóvel e valorizam a separação das funções fazendo com que cidadãos precisem usar o carro para conseguir saúde, lazer, moradia e trabalho.
Nove conceitos principais regem o urbanismo sustentável. São eles:
Prioridade ao pedestre
Busca criar rua limpas, seguras, arborizadas, com pouco ruído, calçadas amplas e dotadas de mobiliário urbano confortável, iluminação adequada, sinalização e total acessibilidade. Com isso, o conceito pretende estimular a locomoção a pé como uma experiência sensorial atraente, reduzindo o uso do automóvel, da poluição, evitando o sedentarismo e os ambientes fechados, e fazendo com que as pessoas percam o receio e saiam às ruas.
Uso misto e complementariedade
Segundo esse conceito, quanto mais variada e concentrada for a diversidade de usos e de pessoas, mais vivo e interessante é um lugar. Por isso, busca fazer o uso combinado e mútuo das diversas funções da cidade, como moradia, comércio, escritórios, lazer e educação, no mesmo espaço. Assim, quadras e prédios são agrupados de forma a se complementarem e atraírem os moradores a caminharem pelas ruas, evitando longos deslocamentos, reduzindo engarrafamentos, poluição, estresse, e aumentando a qualidade de vida dos habitantes.
Diversidade de moradores
Uma cidade sustentável deve promover o convívio de pessoas de diferentes classes sociais, idades, culturas e raças. Com isso, promover uma variedade de ideias, necessidades e interesses, além de ampliar as alternativas de relacionamentos e viabilizar inúmeros e variados aspectos da vida urbana com elevada qualidade social. A diversidade também torna o lugar mais solidário, justo e inteligente.
Senso de comunidade
O objetivo aqui é elevar a satisfação de se sentir integrado a um lugar único, reconhecido dentro da cidade e que reconhece os seus moradores. Esse conceito busca reforçar a identidade local e a sensação de pertencimento, elevando a segurança e o bem estar dos moradores.
Densidade equilibrada
O cuidado com a densidade e a concentração de pessoas na cidade são importantes para a preservação ambiental, já que proporcionam um melhor desempenho energético, reduzem a emissão de gases nocivos, otimizam o transporte público e as redes de água, energia e telefone, além de reduzir o uso de terrenos com edificações. Segundo esse conceito, a densidade ideal seria entre 400 a 800 habitantes por hectare.
Sustentabilidade e alta performance do ambiente construído
O modelo de urbanismo sustentável preza pela construção de edificações projetadas e erguidas com o emprego de materiais e técnicas que reduzem o impacto ambiental, o consumo de energia e a geração de gases do efeito estufa. Além disso, as construções devem ter ambientes internos de alta qualidade, com vida longa, aptos a diversos usos e reusos. Os projetistas também devem incentivar o uso intenso de iluminação e ventilação naturais, aquecimento solar, água de chuva, respeito à paisagem natural, às águas superficiais e subterrâneas e à vida silvestre.
Espaços públicos atraentes e seguros
Para garantir o vigor dos espaços públicos é preciso proporcionar aos moradores ambientes seguros e atraentes. Por isso, a combinação de cafés, praças, lojas, parques, restaurantes, calçadas amplas e arborizadas e jardins é essencial – tudo isso combinado com segurança pública eficiente que atraia as pessoas para a rua.
Harmonia entre natureza e amenidades urbanas
Luz natural, ar fresco e limpo circulando livremente por prédios convenientemente dispostos entre ruas, parques, jardins e praças. Prédios que buscam a melhor orientação solar e dos ventos dominantes. Equilíbrio entre áreas verdes e áreas construídas. Riqueza de parques com plantas nativas. Sombreamento com árvores ao longo das calçadas proporcionando conforto e contemplação. Proximidade entre a vida silvestre e a vida urbana. Tudo isso deve ser estimulado para melhorar a qualidade de vida dos moradores, atrair a biodiversidade e evitar as ilhas de calor.
Conectividade e integração regional
Para ser sustentável, uma cidade precisa ter conectividade e integração, ou seja, os bairros devem ser ligados por uma teia de rodovias que possibilite múltiplas alternativas de ir e vir, de preferência, utilizando um transporte coletivo inteligente e integrado a região metropolitana e com estímulo ao uso da bicicleta. Com isso, a cidade se torna um compilado de múltiplos centros, cada um com suas vocações, que se complementam.
Seguindo esses princípios é possível construir ou expandir as cidades de forma mais humana, eficiente e sustentável. Diversas cidades do mundo já estão adotando alguns ou todos esses conceitos para promover o desenvolvimento ao mesmo tempo em que reduzem seus impactos sociais, econômicos e ambientais.

Fonte: ecodesenvolvimento.org.br
Foto: Sxc

domingo, 10 de outubro de 2010

Morar em um buraco!!

     Projeto iniciado por Bjarne Mastenbroek e Christian Müller, essa casa fica nos Alpes Suíços e com certeza realizaria o sonho de muita gente.
     A autêntica Vila de Vals está convenientemente situado perto de um famoso ponto turístico de banhos termais, aonde se localiza um luxuoso hotel que permite você a esquiar, caminhar ou andar de bicicleta nas imediações até uma altura de 3.000 metros. Esta pitoresca aldeia sem turismo (em massa) escapou por pouco da sensação de apatia. É um vilarejo onde o tempo parou, ou tornou-se desconectado da realidade, mas dá uma visão do futuro de sustentabilidade em pequena escala.
    



    
     Surpreso que era permitido construir um par de habitações tão perto do mundo dos famosos banhos termais de Vals, o cliente aproveitou a oportunidade para desenvolver o sítio, sem perturbar as amplas vistas  do banho. A introdução de um pátio central para a ladeira íngreme cria uma grande fachada com um considerável potencial para a abertura da janela. O ângulo de visão do edifício é levemente inclinada, dando uma visão ainda mais dramática das montanhas, belíssima no lado oposto do vale estreito. Os planejadores estavam satisfeitos que a proposta não pareceu 'residencial' ou se impunha ao edifício de banhos adjacente. A residência não era percebida como uma estrutura típica, mas sim um exemplo de desenvolvimento discreto pragmático em um local sensível. A colocação da entrada através de um celeiro velho e um túnel subterrâneo mais convencido de que o conceito, embora um pouco absurdo, ainda poderia ser permitida.
     





     A casa - cerca de 160m² - é totalmente escavado na montanha. Oferece espaço para dez pessoas (com um máximo de 12, no caso, pelo menos, quatro dos quais são crianças) e está rodeado por um jardim espaçoso oferece uma grande quantidade de privacidade. A grande fachada de vidro se abre para o terraço (60 m²) e oferece uma vista espetacular sobre a planície verde (encostas cobertas de neve no inverno) e montanhas.
     Interior da casa é quase completamente decorado com um design moderno da herança holandesa, criada em colaboração com um grande número de empresas e designers holandeses.

Fonte: http://www.villavals.ch/












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"A umidade é o principal problema das casas feitas em cavernas. Drenagem e ventilação apropriadas podem ajudar, mas não é recomendável construir uma casa subterrânea em regiões propensas a inundações. Outra desvantagem é a falta de luz. Viver sem receber luz natural pode ser bastante deprimente e até ter efeitos fisiológicos. Os construtores de cavernas trabalham em torno desse obstáculo usando poços de luz inteligentes. O interior desses poços é revestido com material altamente refletivo, permitindo ao máximo a passagem de luz. Até os cômodos distantes da superfície podem receber luz natural.
A construção subterrânea possui muitos benefícios. A casa tem baixo impacto ambiental, pois são necessários poucos materiais de construção (embora seja necessário tomar cuidado para não prejudicar o meio-ambiente ao cavar a caverna). As casas nas cavernas são muito eficientes em energia. A maioria dos ambientes subterrâneos mantém uma temperatura na faixa dos 10ºC, independente do tempo do lado de fora. Isso significa que é necessário o mínimo de aquecimento no inverno e que o local fica fresco no verão. Uma casa subterrânea também ocupa um espaço pequeno da superfície, deixando lugar para se fazer um jardim, atrair animais ou apenas ter um grande quintal. Além disso, é muito difícil arrombar uma casa subterrânea, pois não há janelas; apenas uma porta principal e alguns poços de ventilação".

por Ed Grabianowski - traduzido por HowStuffWorks Brasil
Fonte: www.hsw.uol.com.br/





Imagens: http://www.christian-muller.com/CMA.Projects.HVV.html