domingo, 13 de fevereiro de 2011

Edifício Fazenda



Projeto de jovem arquiteto quer transformar prédios em ruínas em fazendas verticais

capa.jpgRafael Grinberg exibe seu projeto / Fotos: Divulgação

Dois prédios em ruínas no centro de São Paulo transformados em fazendas verticais, capazes de produzir alimentos orgânicos para a população das cidades, gerar novos empregos, reduzir os custos com alimentação e os desperdícios do processo de produção e transporte, além de garantir colheita o ano todo e reaproveitar um espaço inutilizado.
Essa é a proposta do jovem arquiteto Rafael Grinberg, que criou um projeto para revitalizar os edifícios São Vito e o Mercúrio e transformá-los em um centro de produção sustentável de alimentos e educação ambiental.
Cercados pelo Mercado Municipal, o Rio Tamanduateí, as Avenidas do Estado e Mercúrio, o Museu Catavento e o Parque Dom Pedro II, os prédios representam um local que, segundo Rafael, “é ao mesmo tempo muito degradado e em recuperação, mas com importante valor arquitetônico, histórico e cultural”.
De acordo com o projeto, os edifícios seriam reprojetados para abrigar um sistema de agricultura vertical, que funciona como estufas hidropônicas, uma em cima da outra, verticalizando as plantações e otimizando o espaço.
Um Centro de Educação Ambiental e um Estacionamento Funcional vinculados a um lago artificial também estão inseridos no estudo. Segundo Rafael, o objetivo de criar estes espaços é formar um eixo cultural entre o Museu Catavento e o Mercado Municipal, oferecendo vagas de estacionamento gratuitas para bicicletas, carros híbridos e elétricos.
Fazendas Verticais
A proposta das Fazendas Verticais, criada inicialmente pelo professor Dickson D. Despommier, da Universidade de Columbia, busca não apenas resolver a futura escassez de alimentos, mas também frear o aquecimento global, elevar os padrões de vida no mundo em desenvolvimento e mudar a forma como a sociedade obtém seus alimentos e descarta o lixo.
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Segundo um cálculo de Despommier, uma fazenda vertical com um quarteirão de base e 30 andares poderia fornecer alimentos para 10 mil pessoas. Em um planeta que, de acordo com as Nações Unidades, terá 80% da sua população vivendo em cidades até 2050, e que precisará de 1 bilhão de hectares de terra adicionais para acomodar o cultivo de alimentos para atender uma população de 9,15 bilhões de pessoas, essa alternativa parece uma saída viável.
“Eu acredito que a disseminação [das fazendas verticais] virá por meio da necessidade, principalmente em países e regiões em que a terra de plantio está se tornando escassa ou desertificada e em regiões inóspitas em que se torne custoso a chegada de alimentos, aumentando muito seu preço”, defende Grinberg.
Para o arquiteto são muitas as vantagens das fazendas verticais em relação às tradicionais. A redução das más condições de trabalho, exploração e outros problemas associados ao trabalho no campo, diminuição da exposição a agrotóxicos, dos danos ao meio ambiente, como desmatamentos, perda da biodiversidade, poluição e desperdício de colheita e transporte até o consumidor final são alguns dos fatores citados pelo arquiteto.
O vislumbre de uma nova modalidade de trabalho agrícola, que utiliza menos áreas de plantações e permite aproveitar espaços urbanos abandonados, além de fornecer alimento suficiente, de forma sustentável, para toda a comunidade e deixar que as áreas que foram usadas antes para a agricultura horizontal possam se transformar em florestas novamente estimulam ainda mais os planos do jovem arquiteto.
“Haverá uma nova e necessária estratégia para a conservação do meio ambiente e da água potável. As áreas desmatadas voltarão a seu estado natural, repletas de espécies de plantas e animais, reduzindo assim o CO2 da atmosfera e controlando o aquecimento global”, diz.
Para abastecer a fazenda, Grinberg projetou um sistema que retira o gás metano da água poluída do Rio Tamanduateí e o transforma em energia para o prédio. “O que dá vida a uma Fazenda Vertical é a água, daí a possibilidade de utilizar o Rio Tamanduateí como fonte, não só da água, mas também de energia para o edifício”.
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Desafios
Mas apesar de tantas vantagens e incontáveis projetos espalhados por todo o mundo, até hoje nenhuma fazenda vertical foi implantada. Alguns países, como Japão, Escandinávia, Estados Unidos e Canadá já cultivam pequenas culturas, como morangos, tomates, pimentas e ervas em estufas. Mas até hoje nenhum edifício foi efetivamente construído para esse fim.
No Brasil, a grande quantidade de terras agricultáveis e o clima favorável podem ser fatores que dificultem a implantação das fazendas. Mas isso não desanima o arquiteto. “No começo achava que por causa do excesso de terra no Brasil esta idéia não seria viável. Então pensei: ‘Será que excesso de terra significa utilizá-la até a escassez? Será que não podemos utilizar de novas ideias e tecnologias em favor de um mundo equilibrado entre o homem e o meio ambiente?’”, questiona.
Independente do uso do projeto no Brasil, ele defende que a proposta pode ser reaplicada em qualquer cidade do planeta, especialmente nas mais populosas, além de ser utilizada como escola modelo para estudos ligado a universidades e empresas interessadas em desenvolver novos modelos de produção.
“É fundamental e necessário investir em estudos e tecnologias inovadoras para estar sempre à frente e preparado para soluções e alternativas”, conclui Grinberg.

Algumas foto do proeto:
http://www.flickr.com/photos/ecodesenvolvimento/sets/72157626004180542/show/

Fonte: ecodesenvolvimento.org


"Falando nisso,  me despertou a curiosidade sobre o assunto e quem sabe não está surgindo mas uma tipologia projetual...... vai ai mais uma reportagem falando sobre fazendas verticais"

Arranha-céus futurísticos poderão abrigar fazendas verticais

A Fazenda Pirâmide, criada por Dickson Despommier, guru da agricultura vertical da Universidade de Columbia em Nova York, e Eric Ellingsen, do Instituto de Tecnologia de Illinois, é uma maneira de atender às necessidades de uma população crescente em um planeta com terras agricultáveis limitadas.
Grupos de design do mundo inteiro têm apresentado conceitos de arranha-céus futurísticos que abrigam fazendas ao invés de (ou além de) pessoas, como uma maneira de alimentar os moradores das cidades com safras produzidas localmente.
Além de plantar frutas e vegetais, a Fazenda Pirâmide inclui um sistema de aquecimento e pressurização que converte esgoto em água e carbono para abastecer máquinas e fornecer energia elétrica, de acordo com o site Inhabitat.com.
Gordon Graff, da Universidade de Waterloo de Ontário, acredita que seu conceito de fazendas de 59 andares dá conta do que alguns críticos consideram um obstáculo insuperável para as fazendas verticais: gerar eletricidade suficiente para replicar a energia solar com custos razoáveis.
Embora o consumo dessa fazenda hidropônica fique em 82 milhões de quilowatts-hora ao ano, de acordo com estimativa do jornal canadense Toronto Star, uma usina de biogás queimando metano dos resíduos da própria fazenda forneceria cerca de 50% dessa energia. O restante do combustível necessário viria do lixo da cidade.
O conceito de Fazenda Vertical com Água do Mar, criado pelos arquitetos italianos Cristiana Favretto e Antonio Girardi, busca lidar com o aumento da demanda por irrigação numa era de fontes de água doce em diminuição.
A solução dos arquitetos usa água do mar para resfriar e umedecer as estufas. Parte do vapor d¿água do ar é então convertido em água para irrigar as plantações, explica a equipe. O conceito foi elaborado para Dubai, onde há escassez tanto de água como de vegetais.
Sabendo que tipos diferentes de plantas têm condições diferentes de crescimento, Oliver Foster, da Universidade de Tecnologia de Queensland, elaborou o conceito de Fazenda Vertical Tipo O.
Os pesados pomares são plantados no topo de estacionamentos, que são ligados ao prédio principal da fazenda vertical por meio de uma ponte. A ponte é envolvida por uma estrutura esquelética utilizada para a plantação de videiras e para a conexão de serviços como eletricidade.
Superfícies refletoras dentro do prédio de 12 andares fazem com que a luz do sol chegue ao fundo do espaço da plantação.
O Eco-Laboratório, criado pelo escritório de arquitetura Weber Thompson, de Seattle, Washington, é um complexo de 12 andares que combinaria residências com jardins que produzem comida para a vizinhança.
O escritório estima que as vendas de tomate e alface cultivados nas torres de jardins hidropônicos poderiam chegar em cerca de um milhão de dólares ao ano, com base na receita menos o custo de base de produção. A viabilidade econômica do projeto torna plausível a construção de uma versão real em alguns anos, observa a equipe.
O arquiteto de Nova York Blake Kurasek projetou o Arranha-Céu Residencial quando era um estudante de graduação da Universidade de Illinois de Urbana-Champaign. O conceito coloca as fazendas urbanas no entorno de apartamentos residenciais.
Alguns andares ficariam fechados para produção em estufas durante o ano todo, enquanto outros incluiriam terraços para itens sazonais como pomares. O piso térreo teria um mercado de produtores onde os moradores poderiam vender entre si e para o público em geral.
“Uma fazenda vertical precisa ser adaptada para um lugar específico”, disse Augustin Rosenstiehl, do Atelier SOA Architects, de Paris, ao jornal The New York Times em julho de 2008. Por exemplo, seria um desperdício construir uma fazenda vertical urbana somente para a plantação de trigo se este cresce particularmente bem na zona rural da região.
Rosenstiehl elaborou, portanto, diversos conceitos para plantação de diferentes alimentos em espaços urbanos, inclusive um com turbinas eólicas em seu topo para gerar eletricidade.
O arquiteto Chris Jacobs colaborou com Dickson Despommier, da Universidade de Columbia, para criar um dos primeiros projetos de fazendas verticais. Lembrando o prédio da Capitol Records de Los Angeles, o conceito inclui um enorme painel solar no topo do prédio que acompanha o sol para captar o máximo de luz.
As janelas do prédio são tratadas com um produto químico que bloqueia poluentes e as impermeabiliza, segundo reportagem da revista New York. Isso maximiza a entrada de luz e ajuda o crescimento das plantações.
National Geografic
Tradução: Amy Traduções
Fonte: revistaecoturismo.com.br

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Guia do bom Urbanismo

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Dentro do conceito tradicional de urbanismo existe uma vertente que busca utilizar técnicas e princípios para planejar e regular a construção e o desenvolvimento de cidades mais sustentáveis.
O conceito, inicialmente chamado de Novo Urbanismo, surgiu na década de 1980 nos Estados Unidos. O objetivo era resgatar a qualidade de vida e melhorar o relacionamento entre o homem e a cidade, promovendo o desenvolvimento sustentável em longo prazo e o crescimento ordenado que minimizasse os impactos sociais, ambientais e econômicos das ações urbanas.
Segundo engenheiro civil Dilnei Bittencourt, a proposta era criar um contraponto ao crescimento das cidades modernas, que dão preferência ao automóvel e valorizam a separação das funções fazendo com que cidadãos precisem usar o carro para conseguir saúde, lazer, moradia e trabalho.
Nove conceitos principais regem o urbanismo sustentável. São eles:
Prioridade ao pedestre
Busca criar rua limpas, seguras, arborizadas, com pouco ruído, calçadas amplas e dotadas de mobiliário urbano confortável, iluminação adequada, sinalização e total acessibilidade. Com isso, o conceito pretende estimular a locomoção a pé como uma experiência sensorial atraente, reduzindo o uso do automóvel, da poluição, evitando o sedentarismo e os ambientes fechados, e fazendo com que as pessoas percam o receio e saiam às ruas.
Uso misto e complementariedade
Segundo esse conceito, quanto mais variada e concentrada for a diversidade de usos e de pessoas, mais vivo e interessante é um lugar. Por isso, busca fazer o uso combinado e mútuo das diversas funções da cidade, como moradia, comércio, escritórios, lazer e educação, no mesmo espaço. Assim, quadras e prédios são agrupados de forma a se complementarem e atraírem os moradores a caminharem pelas ruas, evitando longos deslocamentos, reduzindo engarrafamentos, poluição, estresse, e aumentando a qualidade de vida dos habitantes.
Diversidade de moradores
Uma cidade sustentável deve promover o convívio de pessoas de diferentes classes sociais, idades, culturas e raças. Com isso, promover uma variedade de ideias, necessidades e interesses, além de ampliar as alternativas de relacionamentos e viabilizar inúmeros e variados aspectos da vida urbana com elevada qualidade social. A diversidade também torna o lugar mais solidário, justo e inteligente.
Senso de comunidade
O objetivo aqui é elevar a satisfação de se sentir integrado a um lugar único, reconhecido dentro da cidade e que reconhece os seus moradores. Esse conceito busca reforçar a identidade local e a sensação de pertencimento, elevando a segurança e o bem estar dos moradores.
Densidade equilibrada
O cuidado com a densidade e a concentração de pessoas na cidade são importantes para a preservação ambiental, já que proporcionam um melhor desempenho energético, reduzem a emissão de gases nocivos, otimizam o transporte público e as redes de água, energia e telefone, além de reduzir o uso de terrenos com edificações. Segundo esse conceito, a densidade ideal seria entre 400 a 800 habitantes por hectare.
Sustentabilidade e alta performance do ambiente construído
O modelo de urbanismo sustentável preza pela construção de edificações projetadas e erguidas com o emprego de materiais e técnicas que reduzem o impacto ambiental, o consumo de energia e a geração de gases do efeito estufa. Além disso, as construções devem ter ambientes internos de alta qualidade, com vida longa, aptos a diversos usos e reusos. Os projetistas também devem incentivar o uso intenso de iluminação e ventilação naturais, aquecimento solar, água de chuva, respeito à paisagem natural, às águas superficiais e subterrâneas e à vida silvestre.
Espaços públicos atraentes e seguros
Para garantir o vigor dos espaços públicos é preciso proporcionar aos moradores ambientes seguros e atraentes. Por isso, a combinação de cafés, praças, lojas, parques, restaurantes, calçadas amplas e arborizadas e jardins é essencial – tudo isso combinado com segurança pública eficiente que atraia as pessoas para a rua.
Harmonia entre natureza e amenidades urbanas
Luz natural, ar fresco e limpo circulando livremente por prédios convenientemente dispostos entre ruas, parques, jardins e praças. Prédios que buscam a melhor orientação solar e dos ventos dominantes. Equilíbrio entre áreas verdes e áreas construídas. Riqueza de parques com plantas nativas. Sombreamento com árvores ao longo das calçadas proporcionando conforto e contemplação. Proximidade entre a vida silvestre e a vida urbana. Tudo isso deve ser estimulado para melhorar a qualidade de vida dos moradores, atrair a biodiversidade e evitar as ilhas de calor.
Conectividade e integração regional
Para ser sustentável, uma cidade precisa ter conectividade e integração, ou seja, os bairros devem ser ligados por uma teia de rodovias que possibilite múltiplas alternativas de ir e vir, de preferência, utilizando um transporte coletivo inteligente e integrado a região metropolitana e com estímulo ao uso da bicicleta. Com isso, a cidade se torna um compilado de múltiplos centros, cada um com suas vocações, que se complementam.
Seguindo esses princípios é possível construir ou expandir as cidades de forma mais humana, eficiente e sustentável. Diversas cidades do mundo já estão adotando alguns ou todos esses conceitos para promover o desenvolvimento ao mesmo tempo em que reduzem seus impactos sociais, econômicos e ambientais.

Fonte: ecodesenvolvimento.org.br
Foto: Sxc

domingo, 10 de outubro de 2010

Morar em um buraco!!

     Projeto iniciado por Bjarne Mastenbroek e Christian Müller, essa casa fica nos Alpes Suíços e com certeza realizaria o sonho de muita gente.
     A autêntica Vila de Vals está convenientemente situado perto de um famoso ponto turístico de banhos termais, aonde se localiza um luxuoso hotel que permite você a esquiar, caminhar ou andar de bicicleta nas imediações até uma altura de 3.000 metros. Esta pitoresca aldeia sem turismo (em massa) escapou por pouco da sensação de apatia. É um vilarejo onde o tempo parou, ou tornou-se desconectado da realidade, mas dá uma visão do futuro de sustentabilidade em pequena escala.
    



    
     Surpreso que era permitido construir um par de habitações tão perto do mundo dos famosos banhos termais de Vals, o cliente aproveitou a oportunidade para desenvolver o sítio, sem perturbar as amplas vistas  do banho. A introdução de um pátio central para a ladeira íngreme cria uma grande fachada com um considerável potencial para a abertura da janela. O ângulo de visão do edifício é levemente inclinada, dando uma visão ainda mais dramática das montanhas, belíssima no lado oposto do vale estreito. Os planejadores estavam satisfeitos que a proposta não pareceu 'residencial' ou se impunha ao edifício de banhos adjacente. A residência não era percebida como uma estrutura típica, mas sim um exemplo de desenvolvimento discreto pragmático em um local sensível. A colocação da entrada através de um celeiro velho e um túnel subterrâneo mais convencido de que o conceito, embora um pouco absurdo, ainda poderia ser permitida.
     





     A casa - cerca de 160m² - é totalmente escavado na montanha. Oferece espaço para dez pessoas (com um máximo de 12, no caso, pelo menos, quatro dos quais são crianças) e está rodeado por um jardim espaçoso oferece uma grande quantidade de privacidade. A grande fachada de vidro se abre para o terraço (60 m²) e oferece uma vista espetacular sobre a planície verde (encostas cobertas de neve no inverno) e montanhas.
     Interior da casa é quase completamente decorado com um design moderno da herança holandesa, criada em colaboração com um grande número de empresas e designers holandeses.

Fonte: http://www.villavals.ch/












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"A umidade é o principal problema das casas feitas em cavernas. Drenagem e ventilação apropriadas podem ajudar, mas não é recomendável construir uma casa subterrânea em regiões propensas a inundações. Outra desvantagem é a falta de luz. Viver sem receber luz natural pode ser bastante deprimente e até ter efeitos fisiológicos. Os construtores de cavernas trabalham em torno desse obstáculo usando poços de luz inteligentes. O interior desses poços é revestido com material altamente refletivo, permitindo ao máximo a passagem de luz. Até os cômodos distantes da superfície podem receber luz natural.
A construção subterrânea possui muitos benefícios. A casa tem baixo impacto ambiental, pois são necessários poucos materiais de construção (embora seja necessário tomar cuidado para não prejudicar o meio-ambiente ao cavar a caverna). As casas nas cavernas são muito eficientes em energia. A maioria dos ambientes subterrâneos mantém uma temperatura na faixa dos 10ºC, independente do tempo do lado de fora. Isso significa que é necessário o mínimo de aquecimento no inverno e que o local fica fresco no verão. Uma casa subterrânea também ocupa um espaço pequeno da superfície, deixando lugar para se fazer um jardim, atrair animais ou apenas ter um grande quintal. Além disso, é muito difícil arrombar uma casa subterrânea, pois não há janelas; apenas uma porta principal e alguns poços de ventilação".

por Ed Grabianowski - traduzido por HowStuffWorks Brasil
Fonte: www.hsw.uol.com.br/





Imagens: http://www.christian-muller.com/CMA.Projects.HVV.html

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

MOBILIDADE URBANA


No  dia 22 de setembro ocorreu uma mobilização do "Dia mundial sem carro" essa é uma iniciativa maravilhosa. Porém a iniciativa visa chamar a atenção da sociedade para a situação do transporte público. Visando isso, a reportagem abaixo pincela a questão na ótica do Planejamento Urbano das capitais que sediarão os jogos da Copa do Mundo de 2014.

 

Mobilidade urbana do Brasil vislumbra novos caminhos antes da Copa de 2014

 nova linha de trem constru�a por johannesburgo, � v�peras da copa de 2010, para liga o centro da cidade ao aeroporto
Nova linha de trem construída por Johannesburgo (África do Sul), às vésperas da Copa de 2010, para ligar o centro da cidade ao Aeroporto/Foto: Marcello Casal/ABr
As próximas edições dos dois principais eventos esportivos do planeta serão realizadas no Brasil. O fato de que o país abrigará a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 faz com que os transportes públicos das grandes cidades brasileiras alimentem momentos de grande expectativa, uma vez que a mobilidade urbana nacional carece, e muito, de uma infraestrutura capaz de atender as necessidades da população.
Mas o que está sendo articulado a respeito? Quais são as alternativas ao uso dos carros que deverão ser implementadas no Brasil nos próximos anos? Para responder a estas perguntas, o portal EcoDesenvolvimento.org preparou esta matéria especial, que reúne os principais pontos das discussões sobre o futuro da mobilidade urbana brasileira.
PAC da Mobilidade Urbana
Em 13 de janeiro deste ano, o governo federal divulgou os projetos referentes ao chamado PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da Mobilidade Urbana. Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, o ministro das Cidades, Marcio Fortes, e o ministro do Esporte, Orlando Silva, apresentaram 47 iniciativas que pretendem melhorar o trânsito das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Natal, Fortaleza, Recife, Salvador, Cuiabá, Brasília, São Paulo e Manaus.
Esse programa de investimentos elaborado pelo governo federal junto aos municípios participantes, pautou-se nos limites de prazo e de recursos disponíveis para selecionar os projetos viáveis que deverão ser concluídos e entrar em operação antes da Copa das Confederações, que será realizada no Brasil em meados de 2013, e servirá como uma espécie de "aquecimento" para o Mundial do ano seguinte.
Dos 47 projetos previstos na primeira versão do PAC da Mobilidade Urbana, 34 se referem a obras de implantação de sistemas BRT (Bus Rapid Transit) e de corredores de ônibus. Foram selecionadas medidas que buscam facilitar a mobilidade entre aeroportos, redes hoteleiras e estádios das cidades-sede, desde que pudessem ser concluídas de acordo com os cronogramas estabelecidos pela Fifa (Federação Internacional de Futebol). Também foram considerados os benefícios que essas iniciativas trarão para os municípios após a realização do mundial.
 planilha oficial
Planilha mostra o resumo de intervenções do PAC da Mobilidade Urbana/Reprodução Ministério das Cidades
Listamos para você os principais projetos de mobilidade urbana voltados para a Copa de 2014, distribuídos pelas cinco regiões do Brasil:
Sudeste
Para financiar a Linha Ouro do monotrilho de São Paulo, que ligará o aeroporto de Congonhas ao futuro estádio do Corinthians, em Itaquera, o governo Federal disponibilizará R$ 1,08 bilhão.
Em Belo Horizonte, seis linhas de BRT serão construídas, com investimentos federais de R$ 783,3 milhões. Outros R$ 210 milhões do governo federal são destinados a obras viárias e R$ 30 milhões à ampliação da central de controle de tráfego, totalizando investimentos de R$ 1,02 bilhão na capital mineira.
No Rio de Janeiro, que além da Copa do Mundo de 2014 sediará os Jogos Olímpicos de 2016, a implantação do BRT ligará o bairro da Penha à Barra da Tijuca, passando pelo aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim. O governo Federal financia o projeto com R$ 1,19 bilhão.
Sul
Dos R$ 440,6 milhões financiados pelo governo Federal para os projetos de Curitiba, R$ 265,5 milhões são destinados à implantação de corredores expressos. Os demais recursos financiarão a construção de linha de BRT, terminal, sistema de monitoramento e obras viárias.
Porto Alegre contará com corredores exclusivos para ônibus, nos quais o governo Federal investe R$ 273,9 milhões. Outros R$ 81 milhões financiarão duas linhas de BRT. Com os R$ 13,7 milhões destinados ao sistema de monitoramento de tráfego, o total do financiamento federal para a a cidade gaúcha é de R$ 368,6 milhões.
Norte
Para Manaus, que contará com trem suspenso do Norte ao Centro da cidade, os investimentos federais são de R$ 600 milhões. A ligação entre o Leste e Centro será viabilizada pela construção do BRT, que conta com investimentos federais de R$ 200 milhões. O total investido na cidade é de R$ 800 milhões.
Nordeste
Em Recife, R$ 402 milhões financiarão a implantação de corredores expressos. A capital pernambucana terá duas linhas de BRT, que contam com investimentos federais de R$ 231 milhões. Para a construção do terminal Cosme Damião são destinados R$ 15 milhões, totalizando de R$ 648 milhões do governo federal em Recife.
O novo aeroporto de Natal será integrado à Arena das Dunas e ao setor hoteleiro da cidade com a implantação de corredor e com obras viárias, que contam com financiamento de R$ 350,4 milhões. A Avenida Prudente de Moraes será prolongada, com financiamento de R$ 10,58 milhões, somando o valor de R$ 360,98 milhões do governo federal.
Em Fortaleza, o VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) foi escolhido como o principal modal. O governo federal financiará o projeto com R$ 170 milhões. A capital cearense contará com investimentos federais para implantação de quatro linhas de BRT, que somam investimentos de R$ 113,5 milhões. O projeto contempla ainda a construção de corredor expresso (R$ 97,7 milhões) e das estações de metrô Padre Cícero e Montese (33,2 milhões). O total de investimentos do governo federal em Fortaleza é de R$ 414,4 milhões.
Para a implantação do sistema de BRT de Salvador, o financiamento é de R$ 541,8 milhões. O metrô da capital baiana está em fase de conclusão. Além dele, novas avenidas e requalificação urbana da Cidade Baixa também estão previstas.
Centro Oeste
A linha de VLT que ligará o aeroporto de Brasília ao terminal Asa Sul, receberá R$ 263 milhões. O governo do Distrito Federal contará com financiamento para ampliações viárias que facilitam o acesso ao aeroporto, no valor de R$ 98 milhões, totalizando investimentos de R$ 361 milhões na capital federal.
Ao todo, R$ 423,7 milhões é o valor destinado pelo governo federal para a implantação de duas linhas de BRT em Cuiabá. Outros R$ 31 milhões financiarão a construção do corredor Mario Andreazza. No total, a capital matogrossense contará com financiamento de R$ 454,7 milhões.
O ministro Marcio Fortes destacou que cerca de 30% serão investidos em sistemas de transporte sobre trilhos. Trata-se de projetos de monotrilhos (trens suspensos), que serão implantados em São Paulo e Manaus, e de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), em Brasília e Fortaleza. Os demais recursos financiados pelo governo Federal serão investidos na implantação de corredores exclusivos de ônibus, estações de transferência, terminais e sistemas de monitoramento e BRT’s.
Nos pactos federativos são definidos os valores, prazos e responsabilidades do governo Federal, de governos estaduais e prefeituras. “O documento é um compromisso dos entes federados com a sociedade”, explicou Fortes. O ministro lembra que todo cidadão pode acompanhar as ações e gastos que envolvem o mundial de 2014 por meio do Portal da Transparência, de acordo com o Decreto nº 7.034, assinado pelo presidente da República.


Fonte: EcoDesenvolvimento.org

terça-feira, 21 de setembro de 2010

DIA DA ÁRVORE

Arquitetos utilizam árvores inteiras na construção de casas

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Árvores inteiras servem como base para a construção de casas/Foto: Paul Kelley para The New York Times
Dados do Laboratório de Produtos Florestais apontam que uma árvore pode suportar até 50% a mais de peso do que a maior parte de madeira serrada da mesma árvore.
Para colocar esse princípio em prática, o arquiteto americano Roald Gundersen passou a construir casas utilizando árvores de pequeno diâmetro como vigas e quadros em suas estruturas, e árvores maiores derrubadas pelo vento, doenças ou insetos como colunas e vigas de sustentação.
Mas não confunda o trabalho realizado por Gundersen e sua equipe do Whole Tree Architecture com uma simples cabana rústica nem com uma casa na árvore. O arquiteto explica que o trabalho, que já é realizado há 16 anos, é uma alternativa para quem quer construir uma casa bonita, utilizando recursos locais e materiais sustentáveis.
A construção é feita utilizando a árvore inteira – e não troncos cortados, como é comum. Aliando ações de gestão florestal ao processo de construção, Gundersen utiliza árvores locais de pequeno porte (com 25 cm de diâmetro ou menos) abatidas na região onde a casa será construída.
A filha de Gundersen escala no tronco de uma árvore para chegar à sua cama
A filha de Gundersun escala no tronco de uma árvore para chegar à sua cama/Foto: Paul Kelley para The New York Times
Já as árvores maiores são selecionadas com base na densidade do povoamento florestal e na gestão de espécies invasoras, bem como na integridade estrutural e na estética. O material não é moído, transportado por longas distâncias nem passa por tratamentos químicos.
E quem acha que construir uma casa como essas significa derrubar dezenas de árvores, Gundersen avisa: “nós derrubamos 20 árvores em um ano em um acre de terra para construir 12 casas”.
Tripé sustentável
Os benefícios da técnica vão além do ambiental, garantem os construtores. “Esse tipo de construção investe uma grande parcela dos seus custos em empregos e matérias-primas locais e ainda promove a gestão florestal gerando recursos para madeireiros locais”, afirmam.
A madeira utilizada nas construções são provenientes de áreas de gestão florestal
A madeira utilizada nas construções são provenientes de áreas de gestão florestal/Foto:Divulgação
Os responsáveis pelo projeto garantem ainda que a filosofia holística da empresa abrange todos os aspectos da construção (design, engenharia, construção e trabalho artesanal) visando os ideais de preservação ambiental, econômica e social.
Para utilizar essas árvores nas construções, Gundersen começa a preparar os troncos muito antes de eles serem abatidos. Apesar de serem naturalmente moldados pela natureza, ele chega a subir nos galhos para forçar sua curvatura até o formato ideal. “As curvas são mais fortes do que as linhas retas”, explicou. “Um único arco pode servir de apoio a um telhado e pode ser a base para construir a lateral da casa em todas as direções.”
Roald Gundersen on Slow Architecture.


Fonte: EcoDesenvolvimento
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010